
O objetivo deste artigo é contribuir para um importante debate sobre a interação entre os movimentos sociais de base local e o sistema de ciência, tecnologia e inovação. Nossa proposta central é que os movimentos sociais baseados no local podem facilitar alianças heterogêneas locais únicas com atores-chave do sistema de ciência e tecnologia. Dessas alianças pode emergir um processo de bricolagem em que os movimentos sociais são apoiados pelo conhecimento técnico da comunidade científica e, por sua vez, as prioridades dos cientistas são influenciadas pelas agendas dos movimentos sociais, levando a novas formas de produção de conhecimento. Baseamo-nos nisso para argumentar que esses engajamentos baseados no local podem criar uma agência significativa para mudanças nos sistemas sociotécnicos e socioecológicos em ambientes urbanos, especialmente em sociedades onde a supervisão regulatória é mais fraca e movimentos sociais em áreas que se sobrepõem à ciência, tecnologia e inovação são uma expressão comum da demanda da sociedade civil por mudança. Nosso argumento se desenvolve através de um estudo de um movimento social em defesa de um pantanal urbano em Bogotá.